sexta-feira, 16 de setembro de 2011

"Eu, um marciano, ou a rainha da Genóbia?" (Num Concurso do Estado!)

"Eu, um marciano, ou a rainha da Genóbia?"
 (... isso me lembrou um diálogo de um filme, da Disney, que por causa de ser mãe das minhas filhas, já assisti umas vinte vezes ( vinte mesmo!  ... ou mais!).  Em O Diário da Princesa, quando a rainha de Genóbia saía de um aposento para o outro, o segurança dizia no rádio, para outro segurança: _Águia voando, Águia voando!).


Cheguei meia hora antes do Concurso (Concurso para efetivação) começar.  Desci do táxi - porque conseguir estacionamento num domingo de Concurso Público é muito otimismo - até pra mim que vejo flores no asfalto!  Concurso Público + Corinthians e São Paulo, jogando bem ao lado.  A rua estava tomada por candidatos e torcedores.  Ao tentar subir o pequeno degrau da frente do Prédio da Osvaldo Cruz,  fui parada por um dos seguranças, que já me aguardava.
Só um pequeno parênteses:
Quando se está numa cadeira de rodas, tudo o que se deseja em público é não ser notado - porque quando voce chega em algum lugar, mil olhos caem sobre voce!  E não desgrudam!
... mas continuando:
_ A moça cadeirante está aqui e precisa ser levada até a sua sala de prova. - dizia o segurança pelo rádio.
_ O segurança X irá buscar a cadeirante.  - respondeu a outra voz, pelo rádio.
 Enquanto ele se comunicava com alguém para me levar até a sala da prova, eu observava muitas pessoas subindo uma rampa.  Perguntei ao segurança se eu não poderia subir por ali, ele me disse que havia uma enorme escadaria no final.  Eu teria que subir pela garagem!  Após alguns minutos, chegou o tal segurança X, muito gentilmente conduziu minha cadeira por uma rampa íngreme, que descia para a garagem. Mas antes ele comunicou no seu rádio:
_ Cadeirante deixa a portaria e desce a rampa da garagem.
 Descemos,  entramos alguns metros e paramos diante dos elevadores.  O segurança X fala novamete ao rádio:
_Cadeirante vai subir pelo elevador da garagem neste momento.
 O elevador chegou, ele colocou minha cadeira dentro e subimos até o andar da minha sala.  Ao chegarmos no andar, outra segurança me aguardava e disse para alguém no seu rádio:
_ A cadeirante chegou no andar da sua prova, tudo certo!
 Fui então encaminhada pou um fiscal, até  a sala 2 - onde eu faria a minha prova!  Na porta, o fiscal da minha sala já me aguardava e me indicou a minha carteira, bem na frente.  Acharam que a mesa seria pequena para a minha cadeira e trocaram por uma, um pouco maior.  Eu, bem instalada e calma, fiz a prova em três horas e meia.  No término,  o fiscal muito gentil, destacou o meu gabarito.  Saí da sala escoltada no mesmo processo da vinda:
_Cadeirante deixando a sala; cadeirante entrando no elevador; cadeirante saindo do elevador e pronta para subir a rampa da garagem.
 Subindo a rampa,  aguardei a segurança chamar um táxi.  Troquei alguns diálogos com eles sobre o concurso, sobre o jogo ( eram corintianos!), meu táxi chegou e um dos seguranças ainda disse ao rádio:
_ O táxi da cadeirante chegou.  Cadeirante deixando o prédio.  Tudo certo!

 Quase todos os dias me acontecem cenas assim!  A maioria dos prédios de São Paulo,  não possuem rampas para cadeira de rodas.  Parece brincadeira, mas para entrar num prédio, a segurança toda é acionada.  Até parece que um "marciano" baixou a
li!

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