domingo, 18 de setembro de 2011

"Socorro! ...meu vizinho tem um Karaokê!"

"Socorro! ...meu vizinho tem um Karaokê!"

Feriado!
Sol, bacalhau com batatas!  Os aparelhos pra manter a forma e nada mais pra fazer, talvez alguns trabalhos com luz e sombra para a outra semana.  Ah, me esqueci de falar do principal - a música.  Muita música por aqui! Logo pela manhã, quando o bacalhau estava no fogo, começou a cantoria.  ...cantoria do meu vizinho - ele e seu karaokê!  Nunca temos solidão nesta vizinhança, aos Sábados, domingos e nos feriados também.  Sempre podemos contar com sua alegria e espontaneidade.  É impressionante seu fôlego, pois não desliga o aparelho até à tardezinha.  Achamos que ele não almoça, mas também pra quê?  A melodia parece alimentar seu espírito.  O rítimo não muda! De uma música para a outra é sempre um forró.  Ah mas tem a voz dele, uma voz alta, sem timidez!  Por vezes vezes desafina, entretanto não se abate e continua firme no seu propósito.  No começo do ano, o Playback do karaokê e sua voz pareceram-lhe pouco, então comprou um violão eletrônico!  Agora somos agraciados com seu Playback, sua voz e seu altíssimo violão eletrônico.
Esperem!...
Parece que ele deu uma paradinha - isto é incomum, talvez precisou ir ao banheiro.  No ano passado, quando comprou o tal aparelho, cantava muito mais alto.  Algumas pessoas por aqui se incomodaram, mas como dizer isso a ele?  É um tipo sorridente, educado, gentil - um indivíduo "bonzinho"!  Excelente vizinho!
...alguém achou o meio certo e falou.  Sei que o som abaixou pela metade, mas a outra metade continua fiel.  Tem umas três semanas, que num dia comum de trabalho e estudo, escutei o mesmo som.  No entanto não era voz de homem e sim de mulher.  Imaginei que outro vizinho tivesse adquirido um aparelho para cantar também.  Foi então que ouvi uma criança reclamando e chorando, quando a mãe gritou:
_ Cala a boca minino, me dexa cantá! - ah, entendi!  Era a mulher do vizinho que tirara o dia para usar o karaokê.  A voz alta como a do marido, destemida, tentando acertar!
Agora tínhamos dois cantores, pensei!...
...mas não, foi somente naquele dia!  Ela não cantou mais.
Estou ouvindo novamente sua voz - retornou do que estava fazendo.  Deve ter almoçado presumo, pois sua voz está cheia de energia,  a todo vapor!  Creio que até a igreja do alto da colina, atrás de casa, pode ouví-lo.
Bem, vou aproveitar este momento, para desenhar algumas coisas com sombra.  ...mas ainda estou pensando, será que sou a única pessoa a ter um vizinho cantor?  Certamente, outras pessoas por aí tem por perto seus vizinhos cantores.  No Brás, no Ipiranga, no bairro do Limão, em Moema?
...mas vamos aos desenhos!  ... enquanto a trilha de fundo corre solta.


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